Como surgiu o corset? Qual é a sua história? Apesar de várias civilizações da antiguidade terem o hábito de demarcar a silhueta com faixas ou acordoamentos, o corset teve seu desenvolvimento efetivo a partir do século XVI, durante a dinastia Tudor, e no período Elizabetano. A silhueta dos espartilhos até o período Georgiano no século XVIII foi cônica, as peças terminavam na cintura e não cobriam a região dos flancos.
A silhueta de Ampulheta foi introduzida no período Vitoriano e permaneceu até 1900. No período Eduardiano a concepção extremamente recatada e frágil da mulher vitoriana começava a ser substituída por uma versão mais madura e ativa, exigindo maior mobilidade e uma postura de peito aprumado. O corset passa então a ter frente plana – e a forma de ampulheta é deixada para trás.
Após 1914, o estilo de vida europeu mudou completamente devido à Primeira Guerra. A mobilidade e a objetividade no vestuário se tornam fundamentais: a silhueta feminina assume uma forma mais natural. A partir da década de 1930, o corset, como conhecemos até então, começa a desaparecer, dando lugar a peças menos estruturadas (às quais podemos associar melhor a cintas modeladoras que encontramos disponíveis hoje no mercado).
Em 1947 o New Look de Dior resgata a silhueta marcada e, com ela, toda a feminilidade do espartilho. Em 1980 o corset surge como peça chave nas criações de estilistas como Jean Paul Gaultier e Vivienne Westwood. Desde então, é peça sempre presente no vestuário feminino.
Os materiais usados na confecção dos corsets também passaram pela mesma evolução. Nos primórdios de seu surgimento, diversos elementos foram usados para oferecer a estruturação que julgavam necessária à época, tais como ferro, madeira, marfim e até mesmo barbatanas extraídas de Baleias, das quais hoje utilizamos apenas o nome. Tais materiais, associados a modelagens raramente desenvolvidas de forma anatômica, resultavam em peças muito desconfortáveis, origem do mito de que Corsets seriam massacrantes e não poderiam ser usados com conforto.
A corseteria acompanhou o desenvolvimento tecnológico e hoje é feita a partir de materiais modernos e ortopédicos que oferecem segurança, conforto e infinitas possibilidades para a construção de seu design, cuja importância histórica e estética é única.